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"Nos olhos de Adriana Affortunati, as mãos do tempo laboram a finitude das coisas. A artista espreita o trabalho da decomposição como quem contempla a verdade do mundo – o ser-para-a-morte – e deseja exibi-la. É por isso que, armada de palpos e antenas, a artista está à cata das coisas que apodrecem em silêncio, que expressam a melancolia da disfunção, das coisas encolhidas num cantinho do mundo, desprezadas, das coisas que jazem no olvido-tumba. Desse passeio apaixonado pela obra ruinosa do tempo, nasce o gesto de eleição e recolha que arranca velhos lençóis, troços de concreto, pedaços de mangueira, cascas de ovos – e outros restos – do abandono mundano, ao qual foram relegados, para entregá-los ao zelo da instauração estética. Em seu ateliê, a artista cuida para suscitar, no próprio objeto degradado, a forma da precipitação no nada, que o laboratório do tempo produz sem alarde e o temor humano da morte oculta escandalosamente. A artista catadora, portanto, em seu processo criativo, intercepta e suspende a catástrofe. O título Antes do pó expressa precisamente esse gesto que surpreende os objetos à beira do precipício. O poeta diz que as coisas são tristes consideradas sem ênfase. Essa ênfase, a artista doa para dar a ver a alegria formal insuspeitada na deformidade das coisas tocadas pelo dedo da morte."
Francisco Rocha, escritor
texto completo: https://www.aaffortunati.com/texts

BIO da ARTISTA
Adriana Affortunati (São Paulo, 1982) cursou Estética e Filosofia Contemporânea na Universitá Statale de Milão, na Itália. E é Bacharel em Artes Visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Foi artista-residente de AIR Krems, na Áustria (2018) | SeMA Nanji Residency, Museu de Arte de Seoul, Coréia do Sul (2018) | Est-Nord-Est Residence d`artistes, em Saint Jean Port Joli, Québec, Canadá (2017) | PAS Progetto Contemporâneo, Sardenha, Itália (2016) | Prêmio-Residência, 27º Anuário da Secretaria da Cultura de Embu (2010). Realizou 4 exposições individuais na Àustria (2018 e 2019) onde vive atualmente | em Seul, na Coréia do Sul, convidada pelo On Sang Art Project (2018) | em Puglia, na Itália, convidada pela Organizzazione Z`Unica (2016) | em São Paulo na Galeria Virgilio (2018) | no Espaço de Arte JB Goldenberg (2015) | e no Rio de Janeiro na Galeria TNT Contemporânea (2012). Participou da Bienal de Cerveira em Portugal (2015) e da Bienal de Orebro, na Suécia (2017). E participou de mostras coletivas em instituições como: Seoul Museum of Art (2018); Museu de Arte de Ribeirão Preto (2015); Paço Municipal de Santo André (2015); Pinacoteca Miguel Dutra (2014), Fundação Romi (2014); Museu do Horto de São Paulo (2013); Museu de Arte de Itajaí (2012); FUNARTE (2012); Museu de Arte de Jataí (2011); Associação Cultural Oswald de Andrade (2009); Memorial da América Latina (2008) e nas Galerias: Central Galeria (2018; 2020); Galeria Virgilio (2008; 2017; 2018); Galeria Quarta Parede (2016); Galeria Zipper (2012); Galeria Gravura brasileira (2012); Galeria Emma Thomas (2011) entre outras.
